Cobertura do Samu em Minas Gerais quase dobra em 4 anos

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Cobertura do Samu Regional em Minas Gerais quase dobra em 4 anos

Ao todo, 549 municípios de oito regiões são atendidos por 229 ambulâncias, levando a cobertura para cerca de 10 milhões de pessoas

 

Essencial para os primeiros atendimentos de urgência e emergência em Minas Gerais, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é efetivo no atendimento primário às urgências, de forma eficaz e segura, evitando a evolução dos quadros graves, inclusive aqueles de situações evitáveis e que poderiam levar ao óbito do paciente.

O Samu Regional, que é prioridade do Governo de Minas Gerais, teve sua cobertura regional ampliada nos últimos quatro anos. Em 2015, 312 municípios contavam com os atendimentos do Serviço. Essa cobertura saltou para 549 em 2018, beneficiando mais de 9,8 milhões de pessoas em todo estado.

Segundo a diretora de Política e Gestão Hospitalar da Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG), Kelly Barros da Silva Fortini, a regionalização do Samu possibilita a organização dos atendimentos de urgência e emergência em todo o estado, permitindo levar atendimento a um maior número da população.

“O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) é uma ferramenta importante e eficaz no atendimento pré-hospitalar de urgência, conectando as vítimas, em todo o estado, aos recursos necessários com a maior brevidade e qualidade possível, chegando precocemente às vítimas em situação de urgência ou emergência”, diz Kelly.

Segundo ela, o atendimento rápido e adequado reduz drasticamente a possibilidade de evolução do quadro dos pacientes em situação grave. “Atualmente, a cobertura já passa de 64,3% dos municípios do Estado e nosso objetivo é alcançar os 100%”, acrescenta.

 

Serviço aeromédico

Um dos grandes ganhos para auxiliar no atendimento do Samu Regional em Minas foi a implantação do Suporte Aéreo Avançado de Vida (SAAV). O serviço, que é operacionalizado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, realiza atendimentos pré-hospitalares em urgências graves, captação de órgãos e resgates de difícil acesso.

O objetivo é a redução do tempo de resposta no socorro às vítimas e o encaminhamento de pacientes em estado grave para hospitais de referência nas regiões Centro, Norte, Sul de Minas e Triângulo Norte.

Segundo a coordenadora da Rede de Urgência e Emergência da SES-MG, Érika de Oliveira Santos, o serviço aeromédico é essencial para os atendimentos de ocorrências mais graves e em locais de difíceis acessos.

“O SAAV constitui uma solução de transporte que otimiza a remoção dos usuários do SUS nos recursos de saúde adequados a cada caso. O serviço reduz o tempo-resposta na prestação de socorro às vítimas de urgência e emergência em todas as regiões de Minas Gerais, com isso reduzindo as mortes e complicações evitáveis como resultado regional e garantindo aos usuários um atendimento eficaz e de qualidade”, diz Érika.

A primeira aeronave da SES-MG, o helicóptero biturbina, modelo EC 145, iniciou a operação em fevereiro de 2015. Junto com os outros dois helicópteros do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), já foram realizados mais de 3.800 atendimentos de vítimas em todo estado de Minas Gerais.

Em 2016, além de Belo Horizonte, começou a funcionar a base aérea de Varginha, respeitando a política de regionalização da saúde. A aeronave, desde que entrou em operação, realiza atendimentos na região. O helicóptero modelo Arcanjo possui uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) completa e conta com uma equipe altamente qualificada composta por um médico, um enfermeiro, um piloto, um co-piloto e dois tripulantes.

O aposentado e morador do município de Lambari, de 59 anos, José Antônio da Silva, teve um infarto e foi um dos primeiros pacientes a serem atendidos pelo serviço aeromédico na região.

“Estava em casa quando senti minha mão adormecer. Pouco depois senti uma dor muito forte, que subia pelo braço e ia até o peito”, relata Silva. Ele foi levado pela filha para o Pronto Socorro da cidade, mas precisava ser transferido com urgência para um hospital. O Cissul Samu, então, acionou o Serviço Aeromédico Avançado de Vida e, em poucos minutos, o aposentado já estava no Hospital Regional de Varginha.Cobertura do Samu Regional em Minas Gerais quase dobra em 4 anos

“O cardiologista disse que se não fosse essa rapidez do atendimento, eu não estaria aqui hoje. Meu infarto foi muito forte. Graças a Deus e a esse serviço, eu estou vivo”, conclui José Antônio da Silva.

Para reforçar o atendimento aeromédico, em 2018, o Governo de Minas colocou em operação duas novas aeronaves com bases em Montes Claros e em Uberaba. Com essas novas aeronaves, o SAAV passa a contar com cinco helicópteros e um avião, distribuídos em quatro bases aéreas e a cobertura do serviço aeromédico será de 69,9% da população do estado.

Com isso todos os municípios mineiros, tanto para atendimento diurno, como noturno estarão cobertos, permitindo as equipes percorrerem maiores distâncias em menor tempo e reduzindo o tempo de resposta.

De 2015 a 2018 foram investidos pelo Estado de Minas Gerais mais de R$ 57,8 milhões na implantação dos Samu 192 Regionais em funcionamento e R$ 347,1 milhões no custeio das unidades. Além de R$ 15.834.750,00 para a renovação da frota das ambulâncias.

 

Serviço Regionalizado

Atualmente existem sete Samus Regionais que permitem que 549 dos 853 municípios mineiros tenham acesso ao serviço. Isso equivale a 64,3% de cobertura do estado, atendendo cerca de 9,8 milhões dos 20,9 milhões de habitantes de Minas Gerais, alcançando uma cobertura de 47% da população.

O Samu Regional 192 está implantado nas regiões ampliadas de saúde Norte, Nordeste/Jequitinhonha, Centro Sul, Sudeste, Sul, Oeste e Triângulo do Norte (inaugurado em 2018).

Além dos Samus regionais, o estado conta com 12 Samus municipais, distribuídos em Belo Horizonte, Betim, Contagem, Governador Valadares, Ipatinga, Itabira, Mariana, Ouro Preto, Poços de Caldas, Sete Lagoas, Uberaba e Patos de Minas.

O último Samu Regional implantado foi em julho de 2018, na região do Triângulo do Norte, que abrange 26 municípios e atende a uma população de 602.290 pessoas.

Nos cinco meses de funcionamento, a Central de Regulação das Urgências recebeu 5.352 ligações que resultaram em orientações médicas, 21.851 em orientações não médicas e 12.891 atendimentos com deslocamento de ambulâncias, sendo 1.263 por meio da Unidade de Suporte Avançado (USA) e 11.628 por meio da Unidade de Suporte Básico (USB).

Ao todo foram registradas 51.280 ligações originadas de toda Região Ampliada de Saúde (RAS) Triângulo Norte.

Uma dessas ligações foi realizada pela gestante Mariele Alves da Silva, de 24 anos, moradora do município de Ituiutaba, que entrou em trabalho de parto em casa. Quando a Unidade de Suporte Avançado (USA) chegou à casa da jovem, a pequena Helena já estava nascendo.

O médico Sérgio Moreira de Oliveira Júnior e o enfermeiro Joel Natal da Silva chegaram no momento certo para cortar o cordão umbilical e realizar os procedimentos de aspiração das vias aéreas e verificar os sinais vitais da recém nascida.

Quando a mãe e a filha já estavam estabilizadas sob os cuidados da equipe, elas foram conduzidas para o Hospital São José, que é a maternidade de referência em Ituiutaba.

Segundo a enfermeira do Samu em Ituiutaba, Bethânia Rosado Araújo, o parto foi o primeiro realizado pela equipe da região e emocionou muito a todos. “É muito gratificante fazer a diferença na vida das pessoas e acompanhar casos como o da Mariele, pois assim que a unidade do Samu chega para atender o paciente, os profissionais trazem tranquilidade para toda a família, vizinhos e amigos”, diz.

“Trabalhamos com situações inesperadas e a nossa chegada em questões de minutos traz a sensação de conforto e segurança para a pessoa, que deposita toda a confiança no trabalho que será realizado”, finaliza a enfermeira.
 

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