Hemominas fornece primeira bolsa de Hy negativo do Brasil

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Hemominas fornece primeira bolsa de sangue raro Hy negativo do Brasil

Material foi enviado para o Hospital São Paulo para ser transfundido em uma criança portadora de anemia falciforme

 

A Fundação Hemominas mais uma vez conseguiu identificar um doador de sangue raro. Trata-se de um doador Hy negativo, ou seja, que não possui o antígeno Holley no sangue.

A coordenadora da Central de Imunohematologia da Fundação Hemominas, Luciana Cayres Schmidt, esclarece que esse é um dos oito antígenos do Sistema de Grupo Sanguíneo Dombrock, sendo de alta incidência populacional.

“Segundo a literatura científica, 100% da população europeia e mais de 99% da população de origem africana possui o antígeno Holley na superfície de suas hemácias. Por isso, quando o doador não possui esse antígeno é considerado um doador raro”, explica.

O doador foi localizado no Hemocentro Regional de Uberaba (URA) e a bolsa de sangue foi enviada no dia 6 setembro à Agência Transfusional do Hospital São Paulo, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e destinada a uma criança portadora de anemia falciforme.

A descoberta do doador Hy negativo foi possível em virtude do projeto de pesquisa “Análise Molecular de Grupos Sanguíneos em Doadores de Sangue para a Identificação de Variantes Raras”, desenvolvido pela Fundação Hemominas desde 2015.

“O principal impacto deste projeto é o desenvolvimento de uma estratégia de triagem de doadores raros baseada em genotipagem, visando o incremento da segurança transfusional em Minas Gerais. Ele nasceu da necessidade de desenvolvermos estratégias para identificar doadores que atendam às necessidades transfusionais de pacientes portadores de variantes raras atendidos nos ambulatórios da Hemominas”, afirma Maria Clara Fernandes da Silva Malta, coordenadora da pesquisa.

De acordo com Maria Clara, a pesquisa teve início pelos alelos dos sistemas Diego e Dombrock, pois alelos raros desses sistemas já haviam sido descritos anteriormente na população de Minas Gerais.

“No caso do sistema Dombrock, por exemplo, a dra. Fabiana Piassi havia identificado um doador raro Holley negativo no HBH (Hemocentro de Belo Horizonte) em uma pesquisa realizada em 2010, indicando que a população mineira seria promissora para a busca desse fenótipo raro”, esclarece a coordenadora.

Para Maria Clara, este tipo de descoberta “fecha um ciclo importantíssimo que envolve pesquisa, inovação e serviço, demonstrando que resultados concretos para a população podem ser obtidos a partir de projetos de pesquisa em centros de prestação de serviço, como a Hemominas”, enfatiza. 

O projeto, que conta com a parceria da Faculdade de Farmácia da UFMG – e inclui o mestrado do aluno Adão Rogério da Silva, orientado pela professora Luci Dusse – foi beneficiado com o financiamento da Fapemig (Edital Universal) no final de 2016, o que vai permitir a ampliação das pesquisas. 

“Com a liberação do recurso esperamos expandir o projeto, com a inclusão da genotipagem de um maior número de doadores e, até mesmo, com a inclusão de outros fenótipos raros na pesquisa”, completa Maria Clara Malta.

 

Rh nulo

Em agosto, a Fundação Hemominas também contribuiu para salvar a vida de uma criança de 5 anos, do Piauí, portadora de uma doença rara, a osteopetrose, com o envio de uma bolsa de sangue Rh nulo.

No Brasil só havia duas doadoras com o mesmo grupo sanguíneo da criança em condições de doar naquele momento, que, inclusive são irmãs, sendo uma cadastrada no Hemorio e outra na Fundação Hemominas (unidade de Juiz de Fora).

“Esse tipo raro de sangue foi descoberto na Hemominas através do processo de fenotipagem eritrociária, método rotineiramente realizado na Central de Imunohematologia, para conhecer os antígenos de outros sistemas de grupos sanguíneos, expressos nas hemácias dos nossos doadores, além dos antígenos ABO/RhD”, afirma Luciana Cayres.

“Resultados como estes dão visibilidade ao trabalho realizado pela Fundação Hemominas, a nível nacional e internacional, repercutindo no reconhecimento do trabalho de excelência que realizamos aqui.  Além disso, atrai novos doadores, na expectativa de serem raros e poderem ajudar tantos outros com o mesmo fenótipo e contribui para a fidelização daqueles, já sabidamente raros, cadastrados em nosso banco de dados. Somando-se a isto, propicia a todos os servidores da Fundação Hemominas o sentimento de orgulho pelo trabalho que desempenham aqui, pois foi através do trabalho de cada um, nas mais diversas áreas, de forma direta ou indireta e, principalmente graças ao trabalho em Rede, que alcançamos estas e muitas outras conquistas” - Luciana Cayres, coordenadora da Central de Imunohematologia da Fundação Hemominas

Saiba mais

O projeto “Análise Molecular de Grupos Sanguíneos em Doadores de Sangue para a Identificação de Variantes Raras” foi selecionado para o evento Inova Minas da Fapemig, que acontecerá no circuito da Praça da Liberdade nos dias 15, 16 e 17 de setembro. O stand do projeto estará no Museu das Minas e do Metal – MM Gerdau.

 

 

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