Seminário debate redução dos efeitos das mudanças climáticas

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Seminário debate oportunidades para redução dos efeitos das mudanças climáticas

Evento promovido em parceria pelo BDMG, Feam e AFD fomentou o debate sobre iniciativas sustentáveis em Minas Gerais

 

A capital mineira sediou o seminário “Economia Verde: oportunidades do mercado e instrumentos de apoio a projetos”, promovido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). O evento faz parte da comemoração dos 55 anos do BDMG e teve como principal objetivo promover o diálogo entre os atores que contribuem com iniciativas sustentáveis em Minas Gerais, apresentando seus projetos e compartilhando os resultados alcançados.

No evento realizado na quarta-feira (18/10), o presidente da Feam, Rodrigo de Melo Teixeira, ressaltou a importância das parcerias para promoção de políticas públicas e de inovação no estado de Minas Gerais.

“A Feam vem trabalhando intensamente, desde 2011, em uma política de emissão de baixo carbono, pensando não só no futuro de Minas Gerais, mas também do Brasil e do mundo”, disse.

Phillipe Orliange, diretor da AFD, celebrou os 10 anos de atuação da Agência no Brasil, segundo país que mais possui projetos e ações em desenvolvimento pela agência.

“A relação com Minas Gerais se destaca pela riqueza da cooperação, sendo modelo de governança de desenvolvimento, seja pela conexão com a agenda global no combate às mudanças climáticas, como pela participação ativa do governo estadual e dos municípios e pela qualidade do trabalho desenvolvido”, afirmou.

Na sequência, o presidente do BDMG, Marco Crocco, ressaltou o significado da parceria com a agência francesa.

“O BDMG, que busca ser reconhecido como banco verde em Minas Gerais, tem como fundamental a parceria com a AFD, que nos capacita para analisar projetos de cunho ambiental. Esse intercâmbio produziu frutos no apoio a iniciativas municipais que contribuem, efetivamente, para o enfrentamento das questões climáticas”, disse.

Desde o início da parceria, em 2013, foram desembolsados mais de R$ 80 milhões para projetos em dez municípios, a exemplo do Mobicentro e do desassoreamento da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte.

Ainda segundo o presidente do BDMG, o banco enxerga a possibilidade de enfrentar os problemas relacionados às mudanças climáticas por meio da sustentabilidade, investindo em oportunidades de novos negócios e de novas tecnologias.

“A mudança climática pode afetar os investimentos que estão sendo feitos em Minas Gerais hoje. Por isso, o BDMG prepara-se para entender a dinâmica dessa questão e trabalhar cada vez mais para apoiar as iniciativas no Estado”, afirmou.

 

Apresentações

O evento também foi uma oportunidade para O BDMG divulgar os resultados do Programa Sustentabilidade. O líder do programa, Helger Marra, expôs os pilares da iniciativa, com foco no apoio a projetos de eficiência energética, energia fotovoltaica, iluminação pública e mobilidade elétrica. Um exemplo recente foi o lançamento, neste ano, da linha de crédito para táxis híbridos, com 66 veículos financiados, até o momento, na capital.

Os resultados obtidos por meio da cooperação técnica realizada entre a AFD e o BDMG foram apresentados pelo chefe da cooperação técnica pela I Care & Consult, Leonardo Werneck. O desenvolvimento da Plataforma Clima Gerais e a operacionalização do Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais foram algumas das ações desenvolvidas por meio da cooperação.

Outra ação desenvolvida foi a criação de linha de crédito com o BDMG para apoio aos municípios nas áreas de eficiência energética, mobilidade urbana, gestão de resíduos e adaptação aos efeitos provocados pela mudança do clima.

O gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Felipe Nunes, também conduziu uma apresentação no evento, com o escopo de trabalho da ferramenta Clima Gerais, criada no âmbito da cooperação entre a Feam, o BDMG e a AFD. Foi destacada em sua fala a importância da projeção futura de melhorias de dados relacionados a eventos climáticos extremos e redução de emissão de gases de efeito estufa, baseando-se em inciativas urgentes, como a própria plataforma e sua capilarização entre entes públicos e privados.

"As fontes para a redução de emissões em setores chave, como transporte e indústria, estão disponíveis, cabe a nós fazer o salto", disse.

Outro momento da apresentação foi o lançamento de mais um módulo de avaliação metodológica, que integra a Plataforma Clima-Gerais, ferramenta de apoio aos municípios mineiros para promoção de um desenvolvimento de baixo carbono e adaptação às mudanças climáticas.

Com a nova ferramenta, as administrações municipais terão a oportunidade de gerar seus próprios inventários de gases de efeito estufa e formular políticas públicas voltadas para a mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

“Por meio da elaboração dos inventários municipais de gases de efeito estufa será possível mostrar quão vulneráveis nossos municípios estão em relação à mudança do clima, mas esta mudança não é para o futuro, é o que já estamos sentindo agora", pontuou Felipe.

O gerente ressaltou, também, a importância do sistema no auxílio não só para a coleta de informações e definição de estratégias e políticas, mas também na importância da capacitação e incentivo à criação de projetos municipais voltados para a economia verde.

“Nosso objetivo é sensibilizar, mostrar no que o município está sendo impactado e que tem relação com a economia verde, apresentando iniciativas que para eles façam sentido e gerem resultados", argumentou.

O módulo adicional foi construído com base em metodologias internacionalmente reconhecidas com geração de estimativas de forma automatizada, o que facilita o preenchimento e cálculo das emissões para geração de inventários anuais a partir de uma única ferramenta.

O seminário contou, ainda, com a participação do prefeito de Jeceaba, Fábio Vasconcelos, e do diretor de Sistema Viário da Bhtrans, José Carlos Mendanha Ladeira, que compartilharam experiências bem-sucedidas de projetos financiados pelo BDMG com recursos da AFD, respectivamente nas áreas de saneamento e mobilidade (Mobicentro).