Curso de qualificação profissional oferecido pela Sedese promove o cooperativismo e economia popular solidária

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Curso de qualificação profissional oferecido pela Sedese promove o cooperativismo e economia popular solidária

Iniciativa teve início em Patos de Minas, no Território Noroeste, e conta com apoio de prefeitura e universidades para criação de empreendimentos sociais

 

Minimizar os impactos do desemprego e oferecer uma alternativa de renda. Com esses objetivos, a Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) deu início a uma série de cursos de qualificação profissional em vários municípios mineiros.

Nessa quinta-feira (1/6), a secretária de Estado adjunta, Karla França, ministrou a aula magna do curso de Cooperativismo e Economia Solidária, em Patos de Minas, no Território Noroeste.

O curso é gratuito e beneficia diretamente 25 pessoas, entre integrantes de povos e comunidades tradicionais, militantes do movimento LGBT, beneficiários do BPC e do Programa Bolsa Família, trabalhadores desempregados e jovens em situação de vulnerabilidade social e em busca do primeiro emprego, que atuarão como multiplicadores em suas comunidades.

A demanda por qualificação profissional surgiu durante a realização do Fórum Regional, em 2015. “Com a realização do curso, o Governo de Minas Gerais, por meio da Sedese, atende reivindicação da região, proporcionando uma alternativa de inclusão produtiva, geração de trabalho e renda com impactos positivos no âmbito econômico, cultural e político no município e entorno”, avalia Karla França.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Habitação e Trabalho, Eurípedes de Oliveira, a realização do curso em Patos de Minas não poderia acontecer em momento mais oportuno.

“A nossa cidade, por estar em um entroncamento, praticamente equidistante de Belo Horizonte, São Paulo e Brasília e o Triângulo Mineiro, apresenta uma multiplicidade de vocações e ter uma visão de negócio sustentável é fundamental, sobretudo a questão do cooperativismo”, explica.

No cargo há cinco meses, Eurípedes de Oliveira informou que recentemente fechou uma parceria com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) para fomentar três pequenas empresas no município.

De olho na sustentabilidade, o secretário planeja gestar empreendimentos sociais na área de confecção. “Já tenho matéria prima, maquinário,  mobiliário e recursos para capacitação, mas nada disso adianta se não houver uma visão empreendedora”, pondera.

A prefeitura vai ceder o local e a Agência de Desenvolvimento de Patos de Minas vai elaborar o projeto. A expectativa é que gere dez novos postos de trabalho. “Mas, o mais importante, o objetivo final é dar sustentabilidade, e o curso oferecido pela Sedese está alinhado com isto. As pessoas vão sair preparadas e este é o alicerce, a diferença que faz um projeto ter sucesso ou não”, finaliza Oliveira.

Também participaram da aula magna o prefeito José Eustáquio Rodrigues Alves; a  diretora regional da Sedese de Patos de Minas, Carolina Assis Cambraia Diniz Campos Rêgo; o professor da Universidade Federal de Uberlândia, Peterson Elizandro Gandofi;

A gestora de território de inovação da incubadora de empresa – Farol do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAN), Lilian Cristina.

 

Quilombolas querem sustentabilidade

A sustentabilidade também é meta da comunidade quilombola. “É uma grande alegria ver que Minas Gerais está dando o pontapé inicial no que eu sempre sonhei: conquistar a sustentabilidade e preservar o meio ambiente. É uma iniciativa tão boa que deveria servir de modelo para os quilombos do Brasil inteiro. Se a gente tivesse dado este passo há 10 anos, não estaríamos com os quilombolas em situação de miséria extrema”, diz o o presidente da Federação Nacional de Quilombolas, José Antonio Ventura.

“O quilombo era cooperativismo, a gente não conhecia a moeda, vivia de troca, uma comunidade ajudava a outra a se emancipar e hoje falta isto. A comunidade precisa se unir até virar um cipó, juntos somos fortes”, completa Ventura.

Ele conta que há entre os alunos do curso quatro mulheres que atuarão como multiplicadoras na comunidade. “Temos pessoas que querem fabricar pão caseiro, outro a dança, outros querem resgatar a culinária e nós queremos fazer um turismo que preserve as cachoeiras e os quilombos, que estão acabando. Temos também um projeto com ervas medicinais. A ideia é fazer a cultura, o turismo, gerar renda”, diz Ventura.

Gerar renda a partir das manifestações culturais por meio da economia solidária é o projeto do produtor cultural Ricardo Rosa. Aluno do curso, ele veio em busca da metodologia da economia solidária para criar o que chama de cultura colaborativa.

“As dúvidas que eu tinha, aos poucos estão sendo esclarecidas. Sou microempreendedor e meu projeto busca dar espaço para artistas pouco conhecidos, quero dar visibilidade por meio da internet”, explica Rosa.

 

Qualificação profissional e Incubação de empreendimentos

O suporte técnico na incubação de empreendimentos da economia popular solidária em Patos de Minas conta com o apoio da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam).

Para atingir o público-alvo da Sedese, a Diretoria Regional de Patos de Minas promoveu um debate com os coordenadores dos quatro Cras e Creas do município, além da equipe técnica da Secretaria Municipal.

Além de Patos de Minas, a Sedese abriu 150 vagas de cursos de qualificação profissional em outros seis municípios: Coluna, Itamarandiba, Porteirinha, São João das Missões, Unaí, São Francisco e Patos de Minas.

Nesses locais, dependendo da demanda já apresentada, estão sendo oferecidos cursos de cuidador de idosos, tópicos de cabelereiro, operador de caixa, tópicos de assistente administrativo, auxiliar de manutenção predial, além de cooperativismo e economia solidária. São cursos que duram de 140 a 280 horas.

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