Evento abre ciclo de capacitação para economia solidária

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Seminário abre ciclo de capacitação de empreendedores da economia solidária

Informação e conhecimento são estratégias para enfrentar crise e fortalecer o movimento

 

“Conhecimento e experiência para levar para aos colegas, além de encontrar e trocar informações com os participantes de outras cidades”. A conclusão é de Maria da Piedade Gomes, aposentada, 65 anos, bordadeira e moradora do distrito de Sopa, município de Diamantina. Integrante do Fórum Estadual de Economia Solidária, Maria da Piedade participou do I Seminário Estadual de Formação em Economia Popular Solidária do Governo de Minas Gerais no último sábado (10/3), em Belo Horizonte.

Realizado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, em parceria com o Conselho Estadual de Economia Popular Solidária (Ceeps) e Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, o Seminário de EPS abriu o Ciclo de Projeto de Formação em Economia Popular Solidária, com temáticas que orientarão as etapas posteriores – oficina de planejamento com os educadores populares, 44 oficinas com os empreendedores solidários e o seminário estadual de avaliação, ao final de 2018.

 “A economia solidária é uma porta de entrada para os excluídos do mundo do trabalho. A gente aprende a se doar mais ao próximo”, define a bordadeira de Diamantina e atuante no movimento social há cerca de quatro anos.

De Juiz de Fora, Elisa Chaves, coordenadora do Fórum Regional de Economia Solidária da Zona da Mata, com abrangência em 11 municípios e participação de 600 empreendedores, também aprovou a iniciativa.

“Aprender mais sobre a economia solidária é muito importante nesse momento de crise porque as pessoas encontram maneiras criativas de enfrentar a crise, além de proporcionar  crescimento social e valorização do ser humano”, disse.

Maria Aparecida e Elisa fazem parte dos 1.504 empreendedores da economia solidária no estado e que representam 15% dos empreendimentos da economia solidária no Brasil, com atuação nos segmentos de agricultura familiar, alimentação, serviços, confecção, psicultura, bordados e gastronomia.

De acordo com o subsecretário de Trabalho e Emprego da Sedese, Antonio Lambertucci, este seminário "contribui para o fortalecimento do movimento da Economia Solidária que, por sua vez, fortalece a luta de resistência contra os direitos dos trabalhadores“, afirmou, lembrando ainda que o movimento social se insere nas ações da Sedese de fortalecimento de renda.

 

Mudanças na legislação trabalhista desprotege o trabalhador

Para o professor Danilo Jorge da Fundação João Pinheiro (FJP), que participou do painel “Impactos Conjunturais e Perspectivas da Formação da Economia Solidária” em Minas Gerais, do seminário, o retrocesso do país provocado pelo governo federal no ano passado, principalmente, com a reforma trabalhista, deixou o trabalhador desprotegido, exigindo uma nova sociabilidade econômica.

“A economia solidária vem cumprir esse espaço buscando estabelecer laços de reciprocidade e uma relação mais solidária. É uma alternativa para os trabalhadores informais", destacou Danilo Jorge.

Outra participante foi a coordenadora do Fórum Brasileiro da Economia Solidária, Francisca Maria da Silva, que avaliou a realização do evento como uma oportunidade única. 

“Mesmo com o retrocesso dos nossos direitos, o seminário vem fortalecer a continuidade da luta. Vamos disseminar o conhecimento daqui para outras regionais do fórum”, disse.