Inscrições abertas para o Prêmio de Cultura Urbana de Periferia

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Inscrições para o Prêmio de Cultura Urbana de Periferia podem ser feitas até 14/11

Dividido nas categorias MC, DJ, dança e graffiti, edital inédito da Secretaria de Estado de Cultura contempla os segmentos da cultura hip hop com R$ 280 mil divididos em 28 prêmios

 

No caldeirão das periferias das cidades fervilham importantes manifestações culturais. São locais que se configuram não somente como ponto de resistência, mas também como espaço de convergência. A cultura hip hop é um relevante mecanismo de fortalecimento das comunidades e de suas identidades. Para estimulá-la,, o Governo do Estado lançou e mantém abertas as inscrições para o Prêmio de Cultura de Periferia- Canela Fina.

O edital inédito da Secretaria de Estado de Cultura visa a valorização, divulgação e estímulo à produção dos segmentos da cultura hip hop nas periferias, contemplando projetos ou ações já executadas ou em execução.  

O prêmio é direcionado a artistas, produtores, coletivos e grupos ligados à cultura do hip hop. Podem se inscrever na premiação pessoas físicas, coletivos artísticos ou pessoas jurídicas sem fins lucrativos e que residam há, no mínimo, um ano em áreas de vulnerabilidade social de aglomerados, favelas e vilas dos municípios de Minas Gerais com população igual ou superior a 100 mil habitantes.

O valor total da premiação é de R$ 280 mil divididos em 28 prêmios no valor de R$ 10 mil cada. As inscrições podem ser realizadas até o dia 14 de novembro.  O edital e os formulários para participar do processo seletivo estão disponíveis no endereço goo.gl/q7oCpT.  O edital distribui sete prêmios para cada um dos grupos.

“Valorizar as linguagens urbanas é essencial para a cultura mineira. É nesse sentido que o secretário Angelo Oswaldo promove este relevante e imprescindível instrumento democrático”, diz o secretário-adjunto de Estado de Cultura, João Miguel.

Para a superintendente de Interiorização e Ação Cultural, Manuella Machado, o edital fomenta não só a produção contemporânea da cultura hip hop, mas também contribui para o fortalecimento da cena e do engajamento das próximas gerações de artistas.

“Reconhecer a potência de uma cultura que nasceu nas periferias e que possui uma ampla capacidade de articulação e de discurso fortalece a produção e incentiva o surgimento de novos artistas”, ressalta Manuella.

 

As categorias a serem contempladas são:

MC: músico que compõe e canta o rap ou que faz o freestyle.

DJ: operador de discos que faz bases e colagens rítmicas sobre as quais se articulam os outros elementos do hip hop.

Dança: estilos que contam com improvisação (freestyle) e eventualmente com batalhas (competições formais ou informais de dança). Os estilos são locking, breaking, popping, hip hop dance e krump.

Graffiti: inscrições caligrafadas ou desenhos pintados ou gravados sobre suportes que possibilitem a intervenção artística em espaços urbanos).

 

Canela Fina

O nome do prêmio é uma homenagem a Anderson Luiz de Paula, mais conhecido como MC Canela Fina, que foi integrante do Retrato Radical, grupo referência do rap mineiro, com o qual gravou três discos: "Seja Mais Um" (1995), "O Barril Explodiu" (2000) e "Homem Bomba" (2010).

Além disso, integrou em 1997 o grupo Black Soul, com o qual gravou o álbum "Patriamada", o primeiro CD de rap mineiro lançado por gravadora e com distribuição nacional. O disco saiu pelo selo Atração Fonográfica, que na época tinha artistas como Bezerra da Silva, Beto Barbosa e 509-E.

Até hoje seu nome consta como um dos rappers com o maior número de registros fonográficos da capital, sendo que o primeiro álbum do rapper foi produzido em vinil pelo DJ A Coisa e lançado pelo selo local "Black White Discos".

Canela Fina, ou Black, como muitos o chamavam, foi um MC habilidoso e um letrista versátil, considerado um dos melhores letristas do rap nacional. Sua morte, ocorrida em 2015 após um infarto, deixou um espaço vago na cena do hip hop mineiro.
 

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