Capacitação do IMA busca garantia do controle sanitário

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Capacitação do IMA busca garantia do controle sanitário aos rebanhos e lavouras no estado

Treinamento objetiva a formação de fiscais para ações de defesa agropecuária e inspeção, além de contribuir para a oferta de alimentos saudáveis e seguros para o consumidor

 

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) garante investimentos para execução, com eficiência, das ações de defesa agropecuária e inspeção que contribuam para a oferta de alimentos saudáveis e seguros para o consumidor. Nos últimos três meses, o instituto realizou um conjunto de treinamentos em diversas áreas para servidores que atuam nas áreas da bovino, suíno, aves e equideocultura, além daqueles que atuam na fiscalização de estabelecimentos que revendem produtos veterinários.

"Esses treinamentos são importantes para alinharmos as informações, com o Ministério da Agricultura, em relação aos procedimentos que devem ser adotados para a sanidade dos rebanhos e lavouras. É importante também para reciclagem e atualização de conhecimentos pelos profissionais para que possamos atender cada vez melhor às demandas dos produtores mineiros", destaca o diretor-geral do Instituto, Marcílio de Sousa Magalhães.

Segundo Magalhães, estas são ações importantes, "principalmente porque Minas lidera a produção nacional de leite, possui o segundo maior rebanho de bovinos, é o maior exportador de ovos para consumo e detém mais da metade da lavoura brasileira de café", complementa.

 

Prevenção

Berço de algumas das principais raças de equídeos do país, Minas Gerais mantém uma rede de cuidados para garantir a saúde desses animais. Sejam cavalos mangalarga marchador, campolina ou jumentos da raça pêga, o fato é que, desde cedo, os equídeos estão no contexto de vida dos mineiros. Não é para menos, já que, de acordo com dados do IBGE, o estado possui o maior plantel nacional, com aproximadamente 758 mil animais.

Com o objetivo de prevenir a ocorrência e disseminação de focos de doenças como Mormo, Influenza Equina ou Anemia Infecciosa Equina, o instituto desenvolve trabalhos de defesa sanitária em todos os 17 Territórios de Desenvolvimento, dentro do Programa Nacional de Sanidade Equídea. Podem ser citados, por exemplo, os treinamentos ministrados pelos médicos veterinários do IMA que buscam a reciclagem de conhecimentos e alinhamento de informações entre os profissionais.

O treinamento é oferecido aos profissionais que atuam como fiscais nas 20 coordenadorias regionais do órgão, para garantir uniformidade nos procedimentos e qualidade no atendimento aos casos notificados. O propósito é, com isso, buscar maior efetividade nas ações de sanidade de possíveis focos das doenças.

Ao se lembrar de seu primeiro treinamento, direcionado para 34 profissionais dos regionais Norte e Noroeste, o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Negro, reforça que o objetivo é manter atualizados os 262 servidores estaduais que atuam na defesa sanitária animal, sobretudo quanto à prevenção e combate às doenças às quais está sujeito o plantel equino de Minas Gerais.

"É uma ação de importância sanitária, devido à não existência de cura para as doenças, e preventiva, pois contribui para a fiscalização dos equídeos em trânsito, a fim de que esses não transmitam as doenças para animais em outras regiões do estado", explica Guilherme.

Fiscal do IMA em Presidente Olegário, no Território Noroeste, o médico veterinário, Paulo Roberto Marchetto, participou da primeira turma do curso, oferecido em setembro. Ele ressalta a importância da formação para a correta identificação dos animais e atualização dos profissionais.

"As normas e atos de fiscalização sempre são atualizadas. Assim, é importantíssimo que os profissionais acompanhem esse desenrolar, melhor ainda quando em contato direto com outros agentes para alinhamento das diferentes interpretações da legislação", diz.

Coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Equídea no IMA, Valéria Almeida informa que, neste ano, a capacitação está voltada para as coordenadorias situadas nas regiões Norte e Noroeste do estado, identificadas como áreas de risco maior para ocorrência de anemia infecciosa equina (AIE).

A mais recente atividade de capacitação, realizada no período de 23 a 26 de outubro de 2017, contemplou os servidores lotados nas regiões do Vale do Mucuri e do Jequitinhonha. Para o ano que vem, a propostas é que as demais coordenadorias regionais do IMA recebam a mesma capacitação.

Estruturada em dois módulos, com carga horária total de 32 horas/aula, a capacitação prepara os profissionais ao atendimento das ocorrências, desde a suspeita à comprovação da doença e à tomada de medidas para sanidade da propriedade. Os participantes são orientados quanto às técnicas de identificação do rebanho e às normativas do programa de Sanidade dos Equídeos.

 

Como identificar o animal correto?

A 'resenha' é um procedimento que ajuda os fiscais a identificarem os equídeos corretos. "Durante as aulas, os participantes aprendem a registrar as particularidades em termos de pelagem, sinais como redemoinhos, coloração e marcações, marcas que distinguem os animais no plantel da unidade rural", explica Valéria Almeida.

Com as indicações da resenha, caso o animal apresente resultado positivo aos exames que buscam constatar as doenças, o médico veterinário terá certeza de que as ações de sanidade serão empregadas no animal correto, pois, como as doenças não têm cura, os animais com exames confirmados devem ser sacrificados.

Outra forma de identificar os animais é pela avaliação da idade, a partir da cronometria dentária. A avaliação da arcada dentaria é uma opção que ajuda a identificar a idade aproximada do animal e garante mais bem estar, tendo em vista que a orelha do equídeo é muito sensível, o que impede a aplicação de etiquetas de identificação.

IMA e as atividades de capacitação

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) está presente em todo o estado por meio de 20 coordenadorias regionais, 209 escritórios seccionais, 16 barreiras sanitárias e 600 postos de atendimento e escritórios municipais. Ao longo das últimas duas décadas e meia, o instituto tem contribuído efetivamente para o sucesso do agronegócio mineiro e brasileiro, com a execução de ações que visam proteger os rebanhos e as lavouras de doenças e pragas.

O status de área livre de febre aftosa com vacinação e de peste suína clássica (PSC) obtido junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é uma condição que tem permitido a Minas Gerais exportar para outros estados brasileiros e para o mercado internacional os produtos da bovino e da suinocultura mineira.

No acumulado de janeiro a agosto deste ano Minas exportou o equivalente a US$ 427,7 milhões em carne bovina e US$ 29 milhões em carne suína. Confira, a seguir, as atividades de capacitação oferecidas pelo órgão em algumas áreas da agropecuária no estado.

 

Suinocultura

Com destaque no cenário nacional na suinocultura, Minas Gerais capacitou, em agosto, por meio do Programa Nacional de Sanidade Suídea, 22 médicos veterinários do IMA para o trabalho de certificação das Granjas de Reprodutores de Suídeos (GRSCs).

A certificação considera a importância econômica da suinocultura e a necessidade de manter um nível sanitário adequado nas granjas que comercializam, distribuem e/ou mantenham reprodutores suídeos, a fim de evitar a disseminação de doenças e assegurar níveis desejáveis de produtividade.

É frequente a realização desses cursos e a medida impede o surgimento de doenças que possam dar prejuízos econômicos aos produtores rurais. As GRSCs são certificadas como livres de peste suína clássica, doença de Aujeszk, brucelose, tuberculose, sarna e livre ou controlada para leptospira.

 

Avicultura

Em parceria com a Escola de Veterinária da UFMG, o IMA promoveu, entre os dias 19 e 21 de setembro, uma série de palestras e atividades para 20 veterinários que integram o Grupo de Atenção Veterinária Especial em Avicultura (Gavea), coletivo que atua com exclusividade em ações voltadas para o setor avícola.

O evento faz parte das ações do IMA para atenção ao vírus da Influenza Aviária (IA), doença que já atingiu boa parte do plantel avícola mundial, levando à morte as aves e resultando em prejuízos para os produtores e empresas do setor. O Brasil está em alerta, mas ainda não registrou casos da doença.

 

Herbívoros

O treinamento para combate à Raiva dos Herbívoros aconteceu entre os dias 15 e 20 de outubro. Ao todo, 28 servidores foram treinados para a captura de morcegos hematófagos em 10 cisternas e quatro cavernas da região de Morada Nova de Minas, Abaeté e Cedro do Abaeté.

Os profissionais foram treinados quanto ao uso de tarrafas para captura de morcegos e para a coleta de material encefálico para exame de raiva e encefalopatias.

 

Produtos veterinários

Ao todo, 83 fiscais agropecuários de todo o estado participaram, entre agosto e setembro, da Capacitação Técnica na Gestão de Serviços Estaduais de Fiscalização do Comércio e Emprego de Insumos Pecuários. No treinamento, servidores do IMA esclareceram dúvidas e alinharam procedimentos referentes à fiscalização de estabelecimentos que comercializam produtos de uso veterinário. São cerca de 5.000 empreendimentos que comercializam produtos como as vacinas contra a febre aftosa, raiva e brucelose.

 

Habilitação de Engenheiros Agrônomos

O 85º Curso para Habilitação de Engenheiros Agrônomos para Emissão de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC) reuniu cerca de 50 engenheiros agrônomos de Minas e de todo o país entre os dias 17 e 19 de outubro, em Uberlândia. Entre os temas abordados estiveram o monitoramento, levantamento e mapeamento da praga em condições de campo,  identificação, coleta, acondicionamento e transporte da amostra para análise.

O curso CFO/CFOC aborda a certificação fitossanitária de banana, citros, café, videira, tomate, cucurbitáceas, palmeiras, coqueiros, maçã, pêssego, entre outros. O CFO e o CFOC são documentos oficiais que atestam que determinada produção está livre de pragas ou doenças e são exigidos do produtor quando o mesmo requer numa unidade do IMA a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) para levar sua mercadoria para outras cidades ou estados brasileiros.