Estado comemora certificação de área livre de febre aftosa

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Governo de Minas Gerais comemora certificação de área livre de febre aftosa com vacinação

Certificação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal dará impulso às exportações brasileiras. Produtor deverá continuar vacinando o rebanho.

 

Produtores rurais, lideranças do agronegócio e autoridades do setor da iniciativa privada e da área governamental participaram nesta quinta-feira (5/4), no Parque da Gameleira, de evento que comemorou a obtenção, pelo Brasil, da certificação de área livre de febre aftosa com vacinação para todo o território brasileiro.

A entrega da certificação ocorrerá em maio, durante a 86ª. Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Na ocasião, o Brasil receberá a certificação de área livre com vacinação para os estados do Amapá, Amazonas, Roraima e a parte restante do Pará, últimas regiões que ainda não eram certificadas no país.

Minas Gerais já possui o status de área livre de aftosa com vacinação desde 2008.  Chamado de Dia A e com previsão de realização simultânea em todos os estados brasileiros, o evento celebrou o esforço de todos os órgãos oficiais de defesa sanitária do País, dos produtores e da indústria pecuária para erradicar a doença do território nacional.

O evento foi uma realização do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), junto com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg).

O presidente da Faemg, Roberto Simões, destacou a união de todos os elos do setor para o alcance deste resultado. “ Fizemos uma verdadeira travessia e esse feito grandioso só foi possível porque foi realizado por várias mãos. Estamos caminhando para um futuro livre de enfermidades animais no estado.”

 

Impulso para as exportações

Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Pedro Leitão, a conquista é importante não só para os pecuaristas. “Essa é uma vitória de todo o povo mineiro e irá impulsionar ainda mais o setor, especialmente as exportações de carne bovina, animais vivos e produtos da bovinocultura em geral, contribuindo para a geração de emprego e renda”. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior exportador mundial de carne bovina, com faturamento de US$ 6,1 bilhões em 2017, o equivalente a 14,4% do total mundial.

Em Minas Gerais a bovinocultura é uma importante atividade geradora de empregos, renda e de divisas para o estado. Isto porque possui o segundo maior rebanho bovino nacional com 23,6 milhões de cabeças e é o maior produtor nacional de leite, com 8,9 bilhões de litros/ano ou 26% do total nacional. Em 2017 Minas ocupou o quarto lugar no ranking nacional das exportações de carne bovina com US$ 598 milhões, ou 10% do total nacional.

 

Campanhas de vacinação

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) constitui o serviço veterinário oficial responsável por todo o trabalho realizado junto aos produtores rurais primeiro visando a erradicação da doença e num segundo momento para a manutenção desse status.

O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães relata entre as ações do Instituto a gestão das duas etapas anuais de vacinação obrigatória do rebanho de bovinos e bubalinos que ocorrem em maio (para todos os animais independentemente da idade) e em novembro para aqueles com idade de zero a 24 meses, aliado à vigilância epidemiológica em propriedades rurais.

O IMA também realiza a fiscalização do trânsito de animais e de eventos pecuários e os estabelecimentos que comercializam a vacina contra a febre aftosa. É responsável, também, pelo acompanhamento do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre aftosa (PNEFA) junto aos produtores rurais por meio de palestras, entrevistas em jornais, rádios e programas de televisão.

Marcílio Magalhães ressaltou no evento a importância da parceria do órgão com as entidades representativas do setor e o trabalho dos profissionais do IMA e do Ministério da Agricultura junto aos produtores para a erradicação da doença no estado, que não registra focos há 22 anos.

“Nesse momento em que comemoramos essa vitória para todo o país, é preciso ressaltarmos que o trabalho continua e que devemos manter a vigilância permanente com a vacinação do rebanho duas vezes por ano e que continua obrigatória até que a mesma seja retirada, em 2021, conforme previsto pelo Ministério da Agricultura”, disse. 

 

A doença

A febre aftosa é uma doença causada por um vírus, altamente contagiosa e que pode trazer grandes prejuízos econômicos para os produtores, pois os animais contaminados precisam ser sacrificados.

A doença é transmitida pela saliva, nas aftas, no leite, no sêmen, na urina e nas fezes dos animais doentes, e também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. O vírus ainda pode permanecer nas roupas e sapatos das pessoas que tiveram qualquer contato com os animais doentes. 

O animal doente apresenta febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas. Eles babam, mancam, arrepiam o pelo e param de comer e beber, com queda na produção de carne e leite. Por isso o principal prejuízo é o econômico.

A febre aftosa não é considerada uma zoonose, ou seja, não tem risco de contaminar o homem nem pelo alimento e nem pelo contato com o animal.